A doença de Parkinson é causada pela degeneração dos neurónios produtores de dopamina, um importante neurotransmissor para a coordenação motora. A perda de
células da Substância Nigra (produtora de Dopamina) tem várias explicações
plausíveis, no entanto a causa da doença de Parkinson ainda é desconhecida. Existem
muitas teorias que tentam explicar e muitas pesquisas têm sido realizadas,
acredita-se que fatores ambientais e genéticos possam estar envolvidos.
Teoria do stress oxidativo:
Em humanos, o
stress oxidativo encontra-se ligado a diversas doenças, como a aterosclerose,
a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer.
Segundo essa teoria, moléculas instáveis denominadas radicais livres
reagem com outras moléculas causando oxidação. Esse processo bioquímico é nocivo
a diversos elementos da célula (incluindo a mitocôndria e a membrana celular)
podendo levar à morte dessas células.
Os radicais livres são produzidos no curso de reações químicas normais
do organismo. Sabe-se há algum tempo que o processo normal de síntese e
metabolismo de dopamina produz quantidade considerável de radicais livres.
A dopamina é metabolizada essencialmente no cérebro por acção da enzima
monoaminaoxidase (MAO) e catecol-o-aminotransferase (COMT) em ácido
homovelínico (HVA) e ácido 3,4-dihidrofenilacético. O metabolismo normal da
dopamina produz radicais hidroxilo e peróxido de hidrogénio, os quais na
presença de depósitos de ferro no cérebro podem resultar em neurotoxicidade por
interferência na cadeia respiratória celular. A degradação da dopamina em ácido
3,4-dihidroxifenilacético pela MAO gera peróxido de hidrogénio, que na presença
de Fe2+, abundante nos gânglios da base, pode gerar radicais livres hidroxilo
(OH.).
Neurotoxinas
ambientais:
Neste caso, é nos fornecido o exemplo de toxinas
industriais e MPTP, destruidores das células produtoras de dopamina. Cabe aqui
um caso interessante que o ocorreu nos EUA em 1976: MPTP foi encontrado numa
remessa de heroína que acabou gerando um "surto" de Parkinson. Porém,
sabe-se que tal substância só é tóxica quando oxidada a MPP+ pela Monoamina
Oxidase B (MAOB) (que é a removedora de dopamina), pois dessa forma é captada
pelos terminais de dopamina, inibindo a NADH coenzimaQ1 redutase, enzima da cadeia
respiratória, podendo causar morte celular.
Teoria da Excitotoxicidade
A
comunicação entre células cerebrais realiza-se através de mensageiros químicos
conhecidos como neurotransmissores.
Estes podem
ser neurotransmissores:
- excitatórios (como o glutamato)
- inibitórios (como o GABA).
Outros
podem ser excitatórios ou inibitórios, dependendo do tipo de receptor que vai
responder ao estímulo. A dopamina tem essas características mistas. Em
determinadas situações, pode haver atividade aumentada de vias excitatórias.
Como resultado desse bombardeio, ocorre aumento da quantidade de cálcio dentro
da célula o que pode resultar no desencadeamento de processos bioquímicos que
levam à morte celular.
Essa série de fenômenos conhecidos por excitotoxicidade não parece constituir o
evento primário responsável pela morte celular na doença de Parkinson, mas
existem evidências de que pode surgir posteriormente, contribuindo para
amplificar e perpetuar o processo degenerativo.
É provável que a doença de Parkinson seja determinada pela combinação dos
processos descritos acima, ou de outros ainda não revelados, e que a
contribuição de cada um deles possa variar em cada caso
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